16 abril, 2006

Clóvis Rossi

O título desse post é também o nome do principal colunista e repórter da Folha de S. Paulo.

Também o melhor de todos, na humilde opinião desse blog.

Em sua coluna diária, às vezes escreve textos bons, outras vezes textos ótimos e, em algumas ocasiões, textos sensacionais, capazes de dizer tudo em tão pouco.

Neste último domingo, Rossi ficou com a terceira opção.

Trouxe o poeta Drummond para tentar explicar - como se fosse possível - o triste jogo da política tupiniquim.

Assinantes da Folha e do UOL lêem aqui.


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ander_laine sugeriu. O blogue achou válido.

Afinal, é uma grande pretensão considerar que publicar o texto aqui nesse espaço é uma forma de pirataria.

E fica a dica para que os três leitores criem o hábito de ler esse gigante do jornalismo brasileiro.

Todos lêem aqui.

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CLÓVIS ROSSI

Clubinho Brasil

SÃO PAULO - Era uma vez Itamar Franco, que não amava Fernando Collor de Mello, mas a ele aliou-se para derrotarem juntos Luiz Inácio Lula da Silva, que odiava Fernando Collor e não amava Itamar Franco, até porque não amava ninguém a não ser ele próprio.

Era uma outra vez Itamar Franco, que passou a odiar Fernando Collor a ponto de romper com ele, mas sem reatar com Luiz Inácio Lula da Silva, que vingou-se de Fernando Collor juntando-se a tantos que antes desprezava para liderarem o processo de impeachment.

Era uma terceira vez Itamar Franco, que ungiu Fernando Henrique Cardoso ministro da Fazenda, fabricando sem o saber (ah, como os presidentes sabem pouco) o futuro presidente, que Lula odiaria.

Era uma quarta vez Itamar Franco, que aceitou ser embaixador de Fernando Henrique Cardoso, que ele às vezes amava, outras odiava e com o qual vivia entre tapas e beijos até algo parecido com o rompimento.

Era uma quinta vez Itamar Franco, aquele que silenciou quando Fernando Collor usou na TV o caso da filha de Lula fora do casamento, mas que acabou aliando-se a Lula, finalmente presidente, que o nomeou embaixador, tal como o fizera Fernando Henrique Cardoso, que, no entanto, legara a Lula uma "herança maldita", segundo José Dirceu, que também não ama ninguém, a não ser ele próprio e seu projeto de poder, que foi seriamente avariado, talvez destruído, por Roberto Jefferson, que era da tropa de choque de Fernando Collor, passou à tropa de choque de Lula e, por fim, detonou com um grito de "sai daí" o Zé desta história.

Era uma vez, por fim, o Zé desta história, agora chamado de chefe de quadrilha pelo procurador-geral da República, que vai de jatinho particular a Juiz de Fora para, segundo alguns colunistas, convidar Itamar Franco para ser vice de Lula, como fora de Collor, com o que se encontram o começo e o fim da quadrilha (no sentido Drummond).

(Folha de S. Paulo, 16/04/06)

2 comentários:

Anônimo disse...

irênio. adoro.

tOk disse...

Sugestão.

Nem todos assinam a Bolha e/ou o UOL. Que tal um copy+paste e piratear o texto aqui pro blogue.

PS: odeio conteúdo fechado. Adoro a pirataria...